Depressão na terceira idade tem sintomas diferentes: aprenda a reconhecer

Os idosos estão vivendo cada vez mais e por causa disso é muito comum morarem sozinhos e passarem boa parte do tempo sem companhia. Com isso, familiares e pessoas do seu círculo social estão começando a acreditar que sentimentos como tristeza e reclusão são comuns nesta fase da vida. No entanto, esses sinais não deveriam ser enxergados assim, e sim como indicativo de problemas como depressão e ansiedade.

“Precisamos desmitificar isso. Não comer direito, ficar recluso e ter uma noite mal dormida não fazem parte de um envelhecimento normal”, disse Filipi Leles, psiquiatra, doutor em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na última quinta-feira (06), durante o Congress on Brains Behavior and Emotions, em Brasília. Segundo o especialista, estar sozinho não quer dizer que o idoso vai adoecer, mas é preciso alertar sobre os cuidados com a saúde mental.

Embora não haja uma relação de estudos que comprovem o crescimento da depressão e ansiedade na terceira idade, tratar o tema é de extrema importância. Isso porque esses transtornos parecem estar associado ao desenvolvimento de demência, apesar de não termos estudos sobre isso. Vale lembrar que o contrário também é verdadeiro: indivíduos com problema neurodegenerativo podem estar ainda mais propensos a desenvolverem doenças emocionais.

Como perceber transtornos mentais na terceira idade?

Ao contrário de muitos jovens que apresentam a depressão com sintomas bem específicos e mais intensos, na terceira idade a manifestação da doença ocorre de forma diferente. “Diferentemente do jovem ou adulto, o idoso não vai se queixar de tristeza ou falta de prazer em fazer as coisas,” explica Leles. Os idosos deprimidos e até ansiosos costumam reclamar de dor física e problemas de memória, além das já citadas dificuldades de comer e dormir.

Dá para prevenir

Invista em atividades que permitem o convívio com outras pessoas, que permitem o estímulo do cérebro e manutenção de laços sociais:

  • Praticar exercícios físicos em grupo e aeróbicos;
  • Frequentar centros de convivências de terceira idade;
  • Conviver com animais domésticos.

Como os familiares e amigos podem ajudar a pessoa deprimida

Envelhecer é inevitável na vida. Mas a depressão não deve fazer parte da velhice. Os pesquisadores concordam que o diagnóstico e o tratamento precoce podem diminuir e prevenir as consequências emocionais e físicas da doença.

A APA fornece as seguintes orientações para pessoas mais velhas com depressão:

Seja consciente das limitações físicas. Encoraje as pessoas mais velhas a consultarem um médio antes de mudar a dieta ou começar uma nova atividade que possa comprometer sua resistência.

Respeite as preferências individuais. Devido ao fato de as pessoas mais velhas tenderem a ser menos adeptas às mudanças no estilo de vida, elas podem ser relutantes a adotar novos hábitos ou fazer coisas que outras pessoas de sua idade gostam bastante. Um psicólogo especialista na terceira idade pode ajudar a desenvolver uma estratégia individual para combater a depressão.

Seja diplomático. Uma pessoa mais velha com baixa autoestima pode interpretar expressões de alento e estímulo bem intencionadas como uma prova do agravamento de seu estado. Outras pessoas podem se chatear diante de qualquer tentativa de intervenção. Um psicólogo pode ajudar seus amigos e familiares a desenvolver táticas positivas para lidar com este e outros problemas delicados.

Ofereça apoio. Isto implica compreensão, paciência, afeto, estímulo e saber ouvir.

É preciso ter paciência. O tratamento não faz maravilhas da noite para o dia. Há que se levar em conta o tempo que dura todo o processo, ainda mais quando é do tipo psicológico.

A maioria das pessoas que sofrem de depressão pode melhorar com um tratamento adequado, baseado principalmente em medicamentos e psicoterapia, ajudando a pessoa deprimida a recuperar sua capacidade para ter uma vida satisfatória.

Com textos de:

Depressão na terceira idade tem sintomas diferentes: aprenda a reconhecer – Publicado no caderno Viva Bem do portal Uol.

Depressão na terceira idade: de olho nos sintomas – Publicado no portal Aleteia.